Acompanhe este trecho do livro "História do Cerco de Lisboa"
"... Porém, disse o outro, atire a primeira pedra aqueles que se achar sem pecado. Realmente, é muito fácil acusar, Mogueime mente, Mogueime mentiu, mas nós, aqui, maiormente instruídos nas mentiras e verdades dos últimos vinte séculos, com a psicologia lavrando as almas, e a mal traduzida psicanálise, mais o resto, para cuja simples enunciação se requereriam ciquenta páginas, não deveríamos levar a ponta de intrasigente espada os defeitos alheios, se tão indulgentes costumamos ser com os nossos próprios, a prova é não haver lembrança de alguém que, julgador severo e radical dos actos por si cometidos, levasse o executório ânimo ao extremo de apedrejar o próprio corpo. Aliás, regressando ao passo evangélico, é-nos lícito duvidar que o mundo estivesse naquele tempo tão empedernido de vícios que para salvar-se carecesse do Filho de um Deus, pois é o próprio episódio da adúltera que aí está a demonstrar-nos que as coisas não iam assim tão más lá na Palestina, agora sim que estão péssimas, veja-se como naquele remoto dia nem mais uma pedra foi lançada contra a infeliz mulher, bastou ter proferido Jesus as fatais palavras e logo ali se recolheram as mão agressoras, por esta maneira declarando, confessando e mesmo proclamando os seus donos que sim senhor ele tinha razão, em pecado estavam. Ora, uma gente que foi capaz de reconhecer-se culpada publicamente, ainda que de modo implícito, não estaria de todo perdida, conservava intacto em si um princípio de bondade, autorizando-nos portando a concluir, com mínimo risco de erro, que terá havido alguma precipitação na vida do Salvador. Hoje, sim, que teria valido a pena, pois não só os corruptos perseveram no caminho da sua corrupção, como se vai tornando cada dias mais difícil encontrar razões para interromper um apedrejamento começado...”
Realmente em tempos de meninos sendo arrastados por automóveis, meninas sendo jogadas pelos pais de edifícios, bandidos assassinando uma mulher que voltava de um culto, corruptos e padres pedófilos, sim hoje seria necessária a presença do filho de deus, de quebra resolveria varias indagações sobre a própria história e maus entendidos seculares, esta certo que houve uma ameaça explicita que se ele tivesse que voltar pela segunda vez, acabaria com este lindo planeta, mas confiando em sua bondade e amor pelos humanos, estes tão ignorantes, perdidos e loucos humanos, seria ele passível de entender nossas mazelas e intervir novamente neste planeta perdido na imensidão do universo? E quem sabe assim com a tal luz divina podemos ser como os agressores da jovem judia que Jesus defendeu e pararmos de atirar pedras. Pois por mais belas e sensatas palavras de Jesus elas não conseguem ser seguidas nem pelos seus, sabemos que de divino suas palavras não tem nada, são ótimos ensinamentos que as vezes podem se contradizer, não vejo motivo nenhum ficar 40 dias sem se alimentar fazendo penitencia, não existe relevância prática nenhuma, ou se entregar para a morte, temos orgulho dos humanos que lutaram até o fim por uma causa daqueles que não se entregam, então não é bem visto atitudes de auto entrega pelo motivo que for, somo positivamente lutadores, portando vamos tirar o que Jesus nos passou de bom e deixar o que é ruim de lado, como todos os outros grandes sábios da humanidade, que por serem humanos e não deuses cometeram erros como Jesus errou e acertos como Jesus acertou, mas se o mesmo fosse um deus poderia vir agora em nosso socorro e não de forma precipitada a 2 mil anos atrás.
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